Em 2006, a Honda achou que o Civic, o seu modelo de maior sucesso, deveria abandonar a sua imagem conservadora e clássica e passar a ser mais arrojado. Na verdade, muito arrojado. Seis anos, fruto do sucesso desta nova abordagem, lançou uma nova geração com base nas mesmas linhas, ainda que menos disruptivas. Voltou também a apresentar a carroçaria carrinha, tão importante para o mercado europeu, tal como um pequeno motor Diesel, ainda que não logo no lançamento, pois o lugar continuou a ser ocupado pelo motor Diesel 2.2 i-CTDi, pouco amigo da fiscalidade nacional.
A posição de condução do Civic não é exemplar, pois o banco do condutor está numa posição demasiado elevada e o velocímetro fica invisível para algumas estaturas. Aliás, todo o interior do Civic é algo confuso, com demasiados instrumentos. A utilização do computador de bordo é complicada. Um problema conhecido da anterior geração do Civic.
O conforto é bom, ainda que, por vezes, exista algumas trepidações no habitáculo. Felizmente, o conjunto é sólido. Dinamicamente, não é emotivo, estando abaixo do seu antecessor, pois a Honda preferiu um acerto de suspensão mais virado para o conforto. Excelente é a caixa de velocidades, com uma precisão acima do comum neste tipo de automóvel.
O habitáculo pauta-se pela utilização de bons materiais e por um recheio de equipamento que começa no bom e termina no excelente, consoante a versão, naturalmente. Mas o destaque vai mesmo para o espaço e, especialmente, para a versatilidade interior proporcionado pelo banco traseiro com o rebatimento mágico da Honda, que permite transportar objetos de grandes dimensões.
Motores
Inicialmente, o Honda Civic esteve disponível apenas com uma unidade Diesel. No caso, o motor 2.2 de 150 cv, que ganhou 10 cv face à geração anterior. Ainda que agradável de utilizar, os seus consumos são apenas razoáveis e não fácil encontrar unidades disponíveis no mercado de usados, pois o seu valor em novo era elevado face as concorrentes de baixa cilindrada.
Foi em 2013 que surgiu o bloco 1.6 i-Dtec de 120 cv. Menos potente, mas tremendamente agradável de utilizar e com consumos fantásticos. É, sem qualquer dúvida, a melhor escolha da gama.
Apesar da fama de fazer excelentes motores a gasolina, a verdade é que as unidades a gasolina presentes nesta geração do Civic – esquecendo o desportivo Type R – não são brilhantes. O motor 1.4 tem prestações paupérrimas, sendo bastante inferior em todos os sentidos ao que a concorrência já conseguia fazer com a sobrealimentação. O bloco 1.8 de 140 cv é bastante mais expedito, mas obriga a usar toda a faixa de rotações, o que poderá não ser do agrado de todos. Os consumos são simpáticos para a potência.
Principais avarias e problemas
A Honda ficou em segundo lugar do estudo JD Power em 2009, 2010 e 2011. Por isso, não é de estranhar que esta geração do Civic se mostre bastante fiável. Não está, contudo, isenta de problemas, pois há relatos de funcionamento deficiente do Filtro de partículas presente nos motores Diesel e também há queixas de problemas com sistema de travão de parque nas rodas traseiras.
O Skoda Karoq foi lançado pela marca checa como o substituto do Yeti e faz da racionalidade e sentido prático dois dos seus trunfos. Desenvolvido com base na plataforma MQB que também foi utilizada no Volkswagen T-Roc, o Karoq preencheu a gama de SUVs da Skoda posicionando-se entre o mais pequeno Kamiq e o maior Kodiaq.
A Skoda sempre teve na racionalidade uma grande qualidade nos seus modelos, sendo um dos principais pilares dessa racionalidade a relação entre o preço competitivo e o que os seus modelos oferecem e neste Karoq esse facto mantém-se com este SUV a surgir no mercado com um preço competitivo considerando o seu equipamento de série.
Com o interior sóbrio e simples, o Karoq oferece uma boa posição de condução para quem vai ao volante e uma boa ergonomia para os mais variados comandos ao apresentar uma consola central simples, equilibrada e intuitiva. O espaço disponível no habitáculo é generoso e quem viajar nos bancos traseiros não terá problemas de maior. A qualidade de construção é boa e os vários elementos revelam uma boa solidez na sua montagem, infelizmente alguns dos painéis inferiores não têm a mesma qualidade, em termos de materiais utilizados, que os superiores. A bagageira é generosa e oferece 521 litros de capacidade e aqui encontramos alguns detalhes da tal racionalidade Skoda, já que ao abrir a tampa da mala a chapeleira sobe com ela, expondo de imediato todo o espaço de carga.
Em estrada o Karoq mostra-se o companheiro ideal para as deslocações diárias e para as viagens mais longas. Fácil de conduzir ele revela uma suspensão com uma afinação que privilegia a suavidade e lida muito bem com as mais variadas armadilhas no piso. Ao mesmo tempo em auto-estrada ele também se mostra à altura, garantindo um bom conforto para os ocupantes. O verso da medalha dessa suavidade da suspensão é que se o trajeto for mais sinuoso e exigente o Karoq já mostra alguma dificuldade a lidar com os movimentos da carroçaria, mas nada de demasiado complicado e que não seja previsível.
Motores
Em termos de motores o Karoq conta com três unidades a gasolina, o 1.0 TSI com 115 cv de potência, o 1.5 TSI com 150 e o 2.0 TSI com 190 cv. Além destas opções este SUV surge ainda com duas propostas Diesel, o 1.6 TDI com 115 cv e o 2.0 TDI com 150 cv ou 190 cv. Entre todos, a escolha mais racional é o 1.6 TDI pois associa boas prestações a um consumo médio de 4,5 l/100 km de acordo com dados da marca.
Principais avarias e problemas
Este Skoda Karoq padece apenas de alguns problemas com certos bugs nalguns sistemas como o radar de estacionamento ou o sistema multimédia, por exemplo, mas são tudo problemas que são solucionados com uma reprogramação. De resto não foram assinaladas mais anomalias que mereçam especial destaque.
Com o lançamento deste Megane E-Tech Electric a Renault apostou numa proposta 100% elétrica no segmento dos pequenos familiares e apesar de manter o nome dos seus “irmãos” a combustão e híbridos, este Megane é bem diferente deles, por dentro e por fora.
Para começar este Megane utiliza a plataforma CMF-EV do Grupo Renault, desenvolvida para melhor servir de base a modelos totalmente elétricos. Depois olhando para as linhas deste Megane E-Tech elas nada têm a ver com os modelos a combustão. Este cinco portas tem mais ar de crossover do que de hatchback já que é mais alto, mais curto e mais estreito do que o Mégane a combustão.
O interior revela o desenho simples e moderno com os ecrãs digitais a dominarem grande parte da zona do tablier com o painel de instrumentos e o ecrã táctil central a preencherem grande parte dessa área. Alguns materiais utilizados em alguns painéis podiam ser mais refinados na sua qualidade, mas a sua montagem não merece grandes reparos. Um dos pontos que merece destaque é o sistema de infoentretenimento equipado com um processador bem mais rápido que os outros Mégane e um sistema operativo de base Android muito intuitivo e que é compatível com aparelhos Apple. A posição de condução tem várias regulações para que o condutor encontre o seu equilíbrio ideal. Atrás não há uma coluna central a atrapalhar os ocupantes dos bancos traseiros, mas o espaço em largura não é dos mais amplos e a altura também não é das mais desafogadas. Em jeito de compensação a bagageira é uma das maiores do segmento com os seus 440 litros de capacidade.
Com uma direção leve este Megane E-Tech é um modelo fácil de manobrar e o único ponto menos bom é a visibilidade traseira que sai prejudicada pelas dimensões do óculo traseiro. Estamos perante uma proposta muito equilibrada em termos dinâmicos já que consegue ser confortável, mas ao mesmo tempo eficaz quando se exige um pouco dele. O facto de ser um modelo com uma distribuição de peso entre eixos muito semelhante também ajuda muito ao seu equilíbrio.
Motores
O Megane E-Tech conta com três soluções motrizes, a primeira EV40 130HP Boost Charge com 131 cv de potência, uma bateria de 40 kWh e um autonomia de 300 quilómetros, seguindo-se oEV60 130HP Boost Charge com os mesmos 131 cv, mas agora com uma bateria de 60 kWh que lhe dá uma autonomia de 470 quilómetros e por fim a versão EV60 220HP Optimum Charge com essa mesma bateria de 60 kWh, mas com 220 cv de potência e uma autonomia de 461 quilómetros.
Principais avarias e problemas
Foram registadas algumas unidades com problemas nos amortecedores que em pisos mais irregulares começaram a fazer ruído, problema que leva à substituição destes elementos.
O sistema de infoentretenimento pode necessitar de uma reprogramação devido ao surgimento de alguns bugs no seu funcionamento.
Renault Megane E-Tech (2022-...)
6.5Avaliação
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Pros
Bagageira Equilíbrio dinâmico Sistema de infoentretenimento
Contras
Visibilidade traseira Qualidade de alguns materiais