Land Rover Defender 90 TD5 – Nascido para o TT – Motorguia
Ligue-se connosco

Usados

Land Rover Defender 90 TD5 – Nascido para o TT

Published

on

Numa altura em que muito se fala do novo Land Rover Defender 2020, mas ainda pouco se viu na prática, as vozes mais puristas fazem-se ouvir. Contudo esta é a altura ideal para relembrar um modelo que preenche o imaginário de muitos, de saber o que ainda representa a palavra “Defender” no universo dos verdadeiros puros e duros.

Mesmo para os menos atentos desta vertente automobilística, é difícil não o identificar de imediato como um profissional do todo-o-terreno. Atingiu o estatuto de icónico e até de clássico. Obviamente que o Defender sempre teve uma gama para uma utilização profissional. Contudo, rapidamente se transformou num modelo de referência para os entusiastas do todo-o-terreno mais duro e das viagens em autonomia ou Overland.

Basicamente, em 70 anos de vida. Sim, 70 anos, e mais de um milhão de unidades vendidas, a filosofia do modelo sempre se manteve. A história da Land Rover começa pouco depois do final da 2ª Guerra Mundial. Inglaterra precisava de um veículo que pudesse ajudar nos trabalhos agrícolas, circular com cargas fora de estrada e toda uma série de necessidades daquela altura, só possíveis de realizar com um veículo todo-o-terreno. Veículo esse que bebeu muita da sua inspiração no Jeep original, usado especificamente pelos Aliados na já referida 2º Guerra Mundial. Apesar de ser um veículo rude, começou a ter um público que não era de todo o seu alvo, mas permitiu ao modelo crescer em notoriedade. Celebridades como Paul McCartney, Steve McQueen e também a Rainha Elizabeth deixavam-se fotografar ao volante dos seus LR Series. Isso permitiu que o modelo crescesse também em popularidade, tornando-se no fenómeno que é hoje. Por outro lado, as aventuras realizadas pela marca como o Camel Trophy trouxeram-lhe a reconhecida imagem de TT puro e duro perante público em geral. Um clássico já com o seu lugar assegurado na história automóvel. Até porque não é um qualquer todo-o-terreno que fica no ativo décadas a fio. Isto só é possível por uma questão de confiança, difícil de obter nos veículos mais modernos. O LR Defender 90 foi concebido a pensar na utilização profissional e é sem dúvida alguma um dos modelos de jipes mais aptos para tal. Podem ser vistos modelos destes espalhados um pouco por todo o mundo, ao serviço de exércitos, ONGS, Forças da Paz, Polícia, Bombeiros, Serviços Camarários, Assistência auto, etc, etc. Atividades que necessitam de um veículo que possa rolar fora de estrada com pessoas e mercadoria com todas as garantias.

A nível estético as linhas direitas, ângulos retos e arestas vivas, dão uma sensação de robustez e fiabilidade, tão de agrado dos mais puristas. Contudo estas formas, acima de tudo visam dotar o veículo de ângulos e capacidades trialeiras bem acima do normal e também manter um custo de produção mais baixo em relação aos painéis mais elaborados. Painéis esses feitos em alumínio, uma mais valia contra a corrosão. Contudo convém não descurar este ponto numa unidade usada, visto que toda a estrutura e algumas partes da carroçaria incluem o normal aço estampado, que sendo exposto pode ter pontos de corrosão em sítios não visíveis numa primeira observação. A nível de versões existiam várias possibilidades, estando desde sempre associadas ao tamanho do chassis. Os mais utilizados eram os tamanhos 90, 110 e 130. Este valor representava a distância em entre eixos das diferentes versões, distância essa medida em polegadas. Obviamente em cada uma das versões existiam carroçarias fechadas (hard top), abertas (soft top), pickup, etc, etc. Nestas 7 décadas que esteve no ativo, como já escrito pouco mudou no conceito original. Mas obviamente para o Defender se manter vivo foi preciso sofrer alterações, até aquilo que conhecemos hoje. Os motores diesel foram mais que muitos, contudo aquilo que fez dele o que era, não mudou. O chassis em travessas de aço e longarinas soldadas, as molas helicoidais em ambos os trens, sendo o traseiro completado por um triângulo central posterior que une o eixo ao chassis, em conjunto com 2 eixos rígidos, tração permanente 4×4, caixa redutoras e bloqueio do diferencial central, ângulos de desempenho TT muito acima da média davam-lhe uma mobilidade no terreno muito acima do que normalmente os seus proprietários precisavam. ngulo de ataque: 51º, Saída: 53º, Ventral 39º. Obviamente o conforto não era palavra de ordem nesta viatura, até porque na sua grande maioria, estava capacitado para levar carga e isso influenciava desde logo a taragem das molas.

Não existiam no mercado muitos veículos capazes de acompanhar o Defender no fora de estrada, tal e qual como saiam dos concessionários. Daí que a sua reputação não seja uma ação de marketing tão em voga nos Suvs e Crossovers de hoje em dia, mas sim porque é um veículo com substância, também se assim não fosse não estaria aqui com esta conversa toda.
Sobre o habitáculo não há muito a dizer: interior espartano, funcional e com o mínimo indispensável, plásticos rijos, possibilidade de lavar o piso à mangueirada e está tudo dito. Interior rústico para completar a estética exterior e poucas opções tirando o AC e pouco mais. Pelo contrário, a nível de acessórios, este modelo sempre contou com uma grande linha de oferta da própria marca: para-choques, guinchos, coberturas de bancos, jantes, pneus, etc.

Um dos motores mais reputados é o 5 cilindros turbo diesel intercooler, mais conhecido por TD5. Motor que introduziu a eletrónica no Defender. Conta com 2495 cc, 122 cv às 4000 rpm e 300 Nm de binário às 1950 rpm. Tem intervalos de manutenção de 20.000 kms e já tem diversos componentes eletrónicos. Dos quais se destaca o acelerador eletrónico, o sistema ASC (Anti Shunt Control), que compensa perdas de regime nas passagens de caixa, entre outros. Alguns, não de muito agrado dos puristas, mas sem dúvida um motor muito superior em todos os aspetos relativamente aos anteriores 200 e 300 TDI. O motor está associado a uma caixa manual de 5 velocidades e a uma caixa de transferências. A nível de travagem discos dianteiros ventilados e discos maciços na traseira. O sistema poderia ser completado em opção por um controlo de tração conhecido como ETC (Electronic Traction Control), bastante eficaz nos cruzamentos de eixos mais abusados, mas opção que não estava na prioridade dos proprietários na altura.

Obviamente evoluir fora de estrada com o Defender tem sempre um encanto inegável e mesmo quando não se põe à prova todo o hardware, faz-nos sentir bem, talvez por algum romantismo associado a ir ao volante de uma máquina como já não se fazem. Contudo o Defender engole qualquer obstáculo com toda a naturalidade. Copia o terreno muito bem com as suas suspensões de longo curso e mesmo nas trialeiras mais duras não há o que recear. Onde a grande maioria dos jipes contemporâneos do Defender, deixaria uma boa parte de plásticos arrancados, o Defender passaria com certeza com um ou outro toque numa longarina ou para-choques em ferro. Tirando as abas das rodas em plástico, este é material que não abunda no exterior do Defender, garantido a sua integridade nas piores condições por muito e muito tempo. Contudo o Defender acima de tudo é um veículo de trabalho, mas talvez seja isso que atrai tanta gente! Sendo desprovido de muitos itens é neste limiar que as preparações mais extremas de TT começam a fazer sentido. Ou seja, é nessa altura que os proprietários sonham em instalar acessórios conforme o seu gosto: bloqueios de diferencial, guinchos, roll-bars, snorkels, pneus e jantes de dimensões consideráveis, etc, etc. Existe de tudo para transformar este Defender num profissional do todo terreno e das viagens em autonomia.

Se pensa em comprar uma unidade usada vá amealhando bem. Os valores podem chegar a ser pornográficos. Se isso é 100% justificável? Talvez não, mas é um modelo que irá sem dúvida manter o seu valor e ter pouca desvalorização com o passar dos anos. Quanto a problemas, o TD5 tem alguns bugs, mas claramente já identificados por todas as oficinas que normalmente assistem estes modelos, apesar disso é um motor fiável. Se a ideia for equipar o jipe com pneus maiores, bloqueios, guinchos, convém rever o amortecimento de série e possivelmente reforçar os semieixos originais. O material Land Rover, pelo menos para os jipes desta época é bastante barato quando comparado com os seus congéneres japoneses. Existe muita oferta na internet e claro está os sites ingleses oferecem de tudo. Vamos ver o que irá acontecer com o Brexit e se isso terá impacto nos preços do material importando diretamente do Reino Unido.

Em todo o caso, quem procura um Defender, procura um veículo distinto e que rompa com o panorama atual. É com certeza um dos últimos jipes em que o conceito original dos veículos todo terreno não foi minimamente adulterado. Será com certeza numa outra vertente que não a do TT um excelente veículo clássico. Existem unidades que vão nesse sentido até porque existem algumas séries especiais nos últimos anos de vida que serão com certeza alvo de valorização futuras, nomeadamente o Defender works V8 70th Edition, lançado pela divisão LR Classics em 2018. Seja qual for a versão será sempre uma boa aposta.

 

Texto e fotos: Alexandre Carvalho

Para mais sobre TT siga o canal youtube EspiritoTT

Clique para comentar

Deixe a sua resposta

O seu endereço de email não será publicado.

Manutenção

Rebentou um pneu? Tente não entrar em pânico

Published

on

O rebentamento de um pneu enquanto conduz pode acontecer e nesse momento é determinante lidar corretamente com o susto e com a situação. Por isso aqui lhe deixamos alguns conselhos sobre como lidar da melhor forma com esse contratempo.



Considera-se um pneu rebentado quando se dá um colapso crítico da estrutura do pneu. É bem diferente de um furo lento pois quando rebenta um pneu tudo acontece de repente e num curto espaço de tempo o que exige muito de quem vai ao volante.

Reagir ao susto

O primeiro desafio quando rebenta um pneu é reagir da forma mais controlada e calma possível ao susto. Quando o pneu colapsa além do “estoiro” que poderá ouvir-se, irá sentir vibrações no volante e no carro, tendência para sair da trajetória e muito barulho. É importante por isso que o condutor tente contrariar os instintos naturais de reação, como travar bruscamente, por exemplo, e em vez disso reagir com um misto de suavidade e firmeza tentando levar o carro para uma paragem segura na berma da estrada.

Não fazer movimentos bruscos

Não reagir bruscamente é determinante. Não trave fortemente, nem tire o pé do acelerador totalmente. Se o fizer irá transferir o peso do carro para a frente de forma brusca o que o irá desequilibrar ainda mais. Se o furo for numa das rodas da frente então a situação é ainda mais sensível pois, de uma forma genérica, perdeu-se metade da eficácia da direção e essa transferência de peso será ainda mais complicada de dominar.

A melhor reação

Perante uma situação como o rebentamento de um pneu o objetivo primordial é controlar o veículo e tentar pará-lo de forma segura. A melhor reação é agarrar bem o volante com as duas mãos, sentir como está o carro a reagir, perceber se foi um pneu dianteiro ou um traseiro, aferir o ambiente rodoviário que o rodeia, sem esquecer verificar os espelhos, e ir progressivamente reduzindo a velocidade, de preferência recorrendo à caixa de velocidades e tentar levar o carro até à berma da estrada para poder pará-lo em segurança.

Recuperar-se a si e o pneu

Com o automóvel parado em quatro piscas para sinalizar a situação de emergência, perca uns segundos a recompor-se do susto pois irá ter de mudar o pneu e convém que esteja com os sentidos alerta pois essa também pode ser uma situação perigosa. Uma vez recomposto, vista o colete refletor e saia do carro para colocar o triângulo de sinalização de forma visível e correta, o que significa sempre a mais de 30 metros do carro parado.

No fundo, perante o rebentamento de um pneu o ideal é nunca perder o controlo total da situação, seja na condução do veículo em si, seja depois na mudança do pneu. Esse é o maior desafio pois quando um pneu rebenta o condutor não está nada à espera, é surpreendido e todas as reações de um pneu rebentado são “assustadoras”. O imprevisto, o som, as vibrações, o perigo na estrada, tudo joga contra o condutor. A única forma de reduzir o risco do rebentamento de um pneu é monitorizar regularmente o estado dos pneus, do seu desgaste, se a pressão de ar é a correta e ficar especialmente atento quando faz viagens em dias de maior calor. Não vai nunca eliminar o risco de um pneu rebentar, pois há várias razões para que tal aconteça, como um buraco no asfalto ou um objeto que possa causar o rebentamento, mas pelo menos minimiza alguns dos fatores de risco.

Continuar a ler

Manutenção

5 sinais de problemas no alternador

Published

on

Nos veículos com motor a combustão o alternador é um componente determinante pois é ele que alimenta os vários sistemas elétricos do veículo quando este está em funcionamento. Por isso, iremos ver alguns sinais que o ajudarão a perceber que o alternador pode estar com problemas.



Quando aciona a ignição no seu automóvel a bateria dá o arranque inicial ao motor e a partir daí o fornecimento de energia passa a ser da responsabilidade do alternador. Este está posicionado junto ao motor e aproveita o movimento das rotações do mesmo para gerar eletricidade. Funciona como uma espécie de gerador que estando conectado mecanicamente ao motor através da correia (ou corrente) de distribuição utiliza o movimento desta para fazer girar o seu rotor e com esse movimento gerar eletricidade. Naturalmente, ele só cumpre essa função quando o motor está em funcionamento. A eletricidade que o alternador produz é que vai alimentar todos os sistemas elétricos do automóvel e também carregar a bateria.

Para melhor identificar eventuais problemas neste componente tão importante do seu carro aqui lhe deixamos alguns sinais de que algo pode não estar bem:

1 – Luz da bateria acesa

Quando a luz da bateria acende no painel de instrumentos, a dedução imediata é que algo se passa com a bateria, mas esta luz acesa pode indicar que algo em todo o sistema de carregamento da bateria pode estar com problemas, incluindo o alternador. Um alternador funciona normalmente com uma voltagem entre 12 e 14,5 volts, se este estiver com problemas e não estiver a produzir essa voltagem ou se estiver a produzir voltagem a mais é possível que isso leve ao acendimento da luz da bateria.

Claro que a luz da bateria acender pode mesmo indicar que esta está fraca ou até que já “encomendou a alma ao criador” e isso pode não significar que a bateria tenha chegado ao normal fim do seu ciclo de vida, mas sim que o alternador não tem capacidade para a carregar e esta está sempre a descarregar lentamente, mesmo com o automóvel em funcionamento.

Em qualquer dos casos o melhor é deslocar-se a uma oficina especializada e verificar o estado do alternador. É melhor isso do que ficar parado na estrada com o carro “morto”, no meio de uma viagem.

2 – Intensidade das luzes

Esteja atento à intensidade luminosa das luzes do seu automóvel. Se estas lhe parecerem mais fracas ou pelo contrário mais fortes isso pode estar relacionado com um problema no alternador em que ele pode estar a produzir eletricidade a menos (menos voltagem) ou a mais (mais voltagem como acima referido). As luzes “piscarem” ou oscilarem entre muito fracas e muito fortes ou uma lâmpada fundir-se também podem ser indicadores que algo está mal com o alternador.

3 – Mau funcionamento de alguns elementos elétricos

Além das luzes há outros elementos do carro que podem ser um aviso de que algo não está bem com o alternador. Os vidros elétricos, por exemplo podem indicar o estado do alternador. Se quando abre ou fecha o vidro este demora mais do que o habitual pode ser porque o alternador não está a dar a potência necessária ao motor elétrico que faz o vidro subir ou descer. Em modelos equipados com bancos aquecidos, se este sistema não funcionar pode ser uma falha do próprio sistema, mas também pode ser uma avaria no alternador.

4 – Sons e cheiros estranhos

Ruídos estranhos nunca são um bom sinal num automóvel. Alguns são pouco graves, mas outros podem indicar avarias mais complexas. Se ouvir ruídos metálicos de rolamento graves ou agudos vindos da zona do motor fique atento pois pode ser um desalinhamento da correia da distribuição com a polia do alternador ou problemas com o próprio alternador.

Os cheiros estranhos também são um mau sinal e neste caso se lhe cheirar a borracha ou a plástico queimado isso pode indicar que algum elemento do alternador está danificado. Um fio pode ser suficiente para causar maior resistência no alternador e consequentemente levar ao aquecimento de alguns elementos o que provoca um cheiro a queimado. Esteja atento!

5 – Falhas no arranque e após o arranque

Se está com problemas no arranque isso pode ser um problema de bateria, o que é mais comum, mas pode ser também problemas no alternador. Por um lado pode não estar a carregar corretamente a bateria e esta não tem capacidade para acionar o motor de arranque do carro, por outro lado o carro até pode começar a trabalhar, mas depois vai frequentemente abaixo então nesse caso é bem possível que seja mesmo o alternador que não está a funcionar como deve e não consegue assegurar as necessidades elétricas do automóvel.

Em qualquer uma destas situações em que algum destes sinais se manifeste, vá sempre a uma oficina especializada para que o problema seja corretamente diagnosticado e resolvido.

Continuar a ler
Publicidade

Publicidade

Newsletter

Ultimas do Fórum

  • por Diamondplus
    Ora boas, hoje fui almoçar num restaurante em que na zona virada mais para o exterior permite a entrada de animais de companhia, na mesa em que...
  • por Mrodrigues
    Enquanto outros não vêm vantagens noutros segmentos além daquele que tem SUV EV, os coreanos vão a todas. Eis o K4 europeu, o Ceed. ​​​​​​​​​​
  • por Lage
    Adquiri um carro importado (fui buscar à França). Pedi um relatório do histórico do veículo, inclusive os km. No entanto, na verificação dos...
  • por Jottapee
    Boa tarde! Qual a melhor bateria para a Renault Megane Sportourer 1.5 Dci com sistema Start&Stop?

Em aceleração